1. |
I
06:49
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Gabriel
Em distorcidos vórtices,
ele cai
A mão direita de deus
Traída.
"GABRIEL - Não tem problema
sentir ódio.
GABRIEL - Odeie o encrispar
dos lábios de deus. Para, deus
é tão terreno quanto é divino."
"Mate. Morra, volte e caia em mim.
Sou o fim, sou o Inferno
Sou todos os demônios."
As correntes
que trespassaram as asas.
sangue escorria pela testa.
""o líder do exército santo."(ri)
Gabriel - Pregue.
Blasfeme. Desminta."
Pois o povo ruge:
As profecias. Mentira.
E deus castiga.
"E você caiu, Gabriel,
ou melhor, foi expulso,
assim como Eu.Quem diria?
O favorito de deus..."
Gabriel tateou o chão por sinais.
Ainda acreditava no caráter provatório de tudo aquilo que o rodeava.
"É um desgraçado, como não vê?"
Um arcanjo chorão...
Deus decepara suas asas, e extirpara toda a divindade.
Gabriel não aceita; gabriel tornou-se humano?
Todo poderoso Homem-forte de Deus, um homem sujo.
Havia caido na terra dos homens.
"Gabriel. Não esqueças
quem te cria, deus.
deus
só viu teu destino,
Aceita de uma vez."
Gabriel chegara a terra coberto em sangue e lama;
era a cicatriz de seu anjo perdido
Era um humano, a escória que secretamente havia aprendido a odiar
nunca aceitar o homem, assim como ele nunca aceitara também.
"Não disse? Gabriel"
Um mortal..
Sentia dor.
Chorava
Sentiu o medo de morrer pela primeira vez.
Assim que percebeu o que havia se tornado.
Gabriel.
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2. |
II
04:29
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Gabriel agora sentia;
já sentira orgulho, vingança
já rira e já sentira devoção.
Gabriel agora sentia;
desgosto, sentia ódio.
Desolação e indignação.
"Deixe fluir, tudo que sente,
Não aceite. Você sabe como chegar até mim."
Seu corpo estava eletrizado com a torrente de pensamentos
e sensações.
Não aceitaria nunca viver com a corja humana,
ele que secretamente havia aprendido à controlá-los.
O prazer que sentia em despertar cada um dos mais horríveis
impulsos em alvos que considerava puros de mais. Era sádico.
Havia culpado seus irmãos inferiores diversas vezes..
Afinal. Ele era o preferido de Deus depois da partida Dele.
"Eu sei o que você andava fazendo, por mais burro que ele seja,
Eu não sou, Gabriel. E não foi nem por isso que caiu."
Gabriel terminaria tudo
isso antes mesmo de começar, pensou.
Não se tornaria fantoche de vingativos irmãos de outrora.
- Vou me matar. Vou me cortar. Vou sangrar. E vou sentir dor.
E júbilo virá com a dor. "É isso que quero." - Vou para o Inferno.
Esticou-se e retorceu-se, ainda não havia se acostumado com sua forma córporea
Em pouco tempo estava de pé
- Um bípede. Realmente é isto que me tornei.
Cortaria seus pulsos, seria mandado direto para Ele,
com quem guerrearia lado a lado. Até o Fim.
Só precisava de uma lâmina qualquer, não seria difícil encontrar
no beco imundo em que caíra. Era noite.
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3. |
III
06:34
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Uma mulher me impediu. Por que estou aqui?
Sou Gabriel, o arauto Do fim.
Assim Gabriel decidira.
Mas homens são fracos.
"Que decepção. Venha logo."
Gabriel odiava sua captora.
Queria ter morrido.
Queria vingança.
Minha vingança. Frêmito.
"Nossa vingança, cuidarei disso."
Por mais limitada que a interferência fosse possível. "Ele" conseguiu.
Estava livre.
Ela tornou-se lembrança.
Todo ódio não era mais para ser sentido. Apenas o vazio. O vão da existência finita.
Não havia pedido ajuda.
Eu mesmo a levaria comigo.
Agora buscarei-a.
Só precisava de uma lâmina qualquer, não seria difícil encontrar
no quarto imundo em que caíra. Não sabia. Se era dia ou noite.
...
Sangue e ferrugem.
Prazer masoquista.
Gabriel se banhava em dor. Como se cada segundo
de nada clamasse, por horas de dor.
Fossem horas de dor.
Agora podia gritar o quanto quisesse
Talvez adiasse a sua passagem.
...
Agora só via vermelho. Azul. Tons de branco.
Não imaginava que seria assim.
Mas o que sabia?
Mal imaginava do cerrado, retorcidas árvores
mas o que sabia?
...
arcanjo caído gabriel, de nada sabia dos infernos vividos ali
ali para onde tantos mandara, e não se importou.
Não se importara. E não se importará.
Gabriel destinado ao vácuo.
Gabriel mal esquecera o mundo.
...
Gabriel em retorcidos vórtices ele cai.
A mão direita de deus o traiu.
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4. |
IV
06:28
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"Ótimo. Venha logo."
Não irei vê-lo agora.
Esperei o eterno para ver.
O destino dos humanos.
Toda poeira, cada traço.
Cada gota de sangue.
Cada grão de areia, dos corações
todos aqui. inferno.
O destino dela.
Só porque você quis.
não entende?
Minha divindade foi restaurada.
Sou mais poderoso que você.
Arrancarei sua cabeça.
o Arauto Do fim sou eu.
eu fui, sou O preferido de deus.
Eu destruirei.
Eu arrancarei cada pena.
De cada asa.
De cada asco.
De cada anjo.
Eu sou o destino.
eu
Sou a mão esquerda.
Gabriel. O rei do mundo.
Ao(meu) Inferno.
Abre os olhos, do vermelho que esperava não havia.
Não havia céu. O chão era o cadáver
De vida só suspiros, das torturas, nenhuma.
Como se cada nuvem tivesse sido roubada
Tudo era branco, Como se de cada pena de cada asa de cada anjo(asco)
fosse feito o chão
Crivado de dentes, crivado das garras de um infinito. Crivado do silêncio de um infinito. Crivado da divindade de um infinito.
Esse era o único inferno dele. Como um domínio pessoal.
A perfeição distorcida daquele ser vil. Antagonista aliado.
Seria o meu primeiro alvo. O início do meu universo.
O meu mundo para ela. Um mundo onde cada pena de cada
asa de cada asco(ele) era o chão. Crivado
de devaneios(desejos).
Gabriel caíra em tentação.
E dedicou sua tentação aos cádavares mutilados.
Ao mórbido talvez ao hediondo. Ao preguiçoso. Ao putrescente. Ao dissidente.
Dedicou sua tentação. Não.Mais. Aos gritos. Dos mortos gritados.
Aos grilos,(das) pestes egípcias. Ao sangue, das portas protegidas.
Ao injusto de Deus todo poderoso. Morto pela minha mão.
Morto como todos. Não serão dissidentes. Entende meu ódio.
Meu céu.
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5. |
V
05:36
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Do espelho que mostra o morto, Gabriel bebeu cada gota.
Do reflexo divino que viu, não hesitou por um segundo.
A estrada (inexo)rável em que trilharia. Toneladas de sangue. (Rio de sangue.)
Sangue negro de Deus, santíssimo insosso habitando meu trono.
Ele já estava impalado. Cabeça esmagada entre meus dedos,
fios de seda outrora negros, vermelho-sangue. E na aridez. Na aridez se banhou.
Tentou chupar o grão de areia dentro de cada humano. A secura interior.
Ingenuidade.
Mereceu minha Retribuição.
Minhas lanças. Apontam para o céu minhas lanças.
Correm aos céus meus arautos.
"Gabriel. Não vai se arrepender?"
Arrependimento é dos seus.
De todos demônios me alimentei,
profetiza não mais,
o faço, de todos profecias
me alimento, me alimento de
todas as mentiras, que semeou.
Aos homens, anjos, mentiu.
Discórdia criou, dele não precisa.
De seu cadáver não precisaria mais ainda.
Cabeça esmagada entre meus dedos. Na aridez
da sua existência.
Do calvário divino, o circo dos enforcados
que criou, esmagou cada gota
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6. |
VI
08:31
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de mente,
de cada asco, de todo humano.
As estrelas se fecharam em desaprovação
às armas foi,
Gabriel nem sabia por que lutava.
Morreu três vezes, e a ele restava só as armas.
O sangue era a única razão de ser,
não cuidaria, não havia credo criado, não criaria
De seu trono se levantou, visto olhos,
visto celestidade, era o fim.
Fim da relativização boba, foda-se deus e foda-se o céu,
Como rei imperador vigente, declaro o Fim Do Inferno
E minh'armas o fim do reino estrelado entre nuvens
Que sobre somente o mundo. Sobrará entre escombros
o entulho Terra. E pra mim somente um forte,
os despojos da morte. Da humanidade.
Dito isto, visto a minha face de guerra.
Enfileiro eu e meus eus, em combate vil
engalfinhar-me em sangue com deus
sorte minha de destituir o senil
às armas foi,
Gabriel não sabia por que matava
matou três mil vezes, e a ele restava só os homens.
O sangue fora a única razão de ser,
agora não seria mais. Não havia credo criado, destruíra.
Havia uma planície anecumenizada ,
"Yggdrasil, Lif e Lifthrasir",
"Rômulo, Remo" e uma loba mais sábia.
"Adão e eva" sem cobra, sem árvore, nem deus.
"Talvez seja hora de começar tudo de novo."
Algo claramente deu errado.
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